Micro e pequenas empresas salvam empregos em 2009
O maior saldo positivo foi das microempresas com até quatro empregados, com a geração de mais de 1 milhão de postos de trabalho
As micro e pequenas empresas foram as que mais geraram empregos com carteira assinada no País em 2009 e o maior saldo positivo é das empresas com até quatro empregados. Ao longo do ano, essas microempresas geraram 1.186.284 postos formais de trabalho. Mesmo considerando as perdas das demais empresas do segmento o saldo positivo é de 1.023.389.
O saldo total do País em 2009, no entanto, foi de 995.110 empregos - considerando as demissões de todas as empresas do País, incluindo médias e grandes, que tiveram um saldo negativo de 28.279 postos de trabalho.
Os dados foram extraídos pelo Sebrae do balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, divulgado esta semana, e consideram como micro e pequenas empresas aquelas com até 99 empregados.
Os números mostram que, com exceção das atividades exercidas junto à administração pública, os micro e pequenos negócios lideraram, com ampla vantagem sobre os médios e grandes, a geração de postos formais de trabalho, puxada principalmente pelos setores de serviços, comércio e construção civil.
Do saldo total de empregos gerados pelas micro e pequenas empresas (1.023.389), o setor de serviços foi responsável pela criação de 431.891 postos - enquanto as médias e grandes geraram apenas 68.286. No comércio, as micro e pequenas geraram 287.672 e as médias e grandes, 9.485. Nessa área, se consideradas apenas as microempresas com até quatro empregados – sem as perdas das demais – a liderança ainda é maior: 378.255 postos. Na construção civil, os micro e pequenos empreendimentos geraram 186.273 empregos. Já as médias e grandes demitiram 9.088 trabalhadores.
“Em termos setoriais verificou-se uma expansão generalizada do emprego nas micro e pequenas empresas”, reforça o analista de estudos e pesquisas do Sebrae, Leonardo Mattar.
Os dados mostram ainda que as micro e pequenas empresas ampliaram a geração de empregos em todos os Estados e no Distrito Federal. Em números absolutos a maioria dos empregos foi gerada em São Paulo, com 299.264 postos de trabalho, enquanto as médias e grandes demitiram 21.691 trabalhadores. Em segundo lugar está Minas Gerais, com 110.681 postos enquanto as médias e grandes demitiram 20.073 trabalhadores. Na sequência estão o Rio de Janeiro, com 83.973 vagas; o Rio Grande do Sul, com 69.612; e o Paraná, com 67.079 postos.
“Esses resultados comprovam a importância econômica e social das micro e pequenas empresas”, diz a gerente de estudos e pesquisas do Sebrae, Raíssa Rossiter. Na sua avaliação, esse resultado reflete especialmente as políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades sociais. Essas políticas ampliaram o poder de compra das classes C e D e fortaleceram o mercado interno, área de maior atuação do segmento.
“O grande desafio, agora, é ampliar a formalização e a prática da Lei Geral da Micro e Pequena empresa (Lei Complementar 123/06), que possibilita melhor ambiente de atuação para os pequenos negócios”, diz Raíssa. Além disso, lembra, são necessárias medidas que contribuam para aumentar a competitividade do segmento, de forma que ele possa enfrentar a concorrência do mundo globalizado. “São medidas essenciais para a manutenção dos empregos”, destaca.
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