Cresce número de empregos

Após três meses consecutivos em queda, o saldo de trabalhadores com carteira assinada voltou a ser positivo.

Pela primeira vez, desde novembro do ano passado, o saldo líquido do emprego voltou a ficar positivo. Em fevereiro, de acordo com as informações prestadas ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o mercado de trabalho foi capaz de criar 9. 179 postos de trabalho. É o menor número para fevereiro dos últimos 10 anos e 20 vezes inferior ao número de empregos com carteira assinada registrado em fevereiro de 2008, num total de 204.963. Também é menos da metade do que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, esperava. A última vez em que os dados de fevereiro foram ruins foi em 1999, quando foram fechadas 78.030 vagas.

“O número é pequeno, mas é positivo”, ressaltou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Ele argumentou que o dado do mês tem que ser contextualizado. Mesmo na crise, segundo Lupi, as contratações estão sendo crescentes, enquanto as demissões estão caindo. Em fevereiro, segundo o ministro, os Estados Unidos anunciaram a demissão de 450 mil trabalhadores. Para Lupi, março vai ser o mês da virada. “Vamos recuperar os dois meses anteriores ( em janeiro, o resultado foi negativo em 101.748), gerando em torno de 100 mil empregos formais”, declarou. Para o ano, Lupi disse que mantém a expectativa de criação de 1,5 milhão de empregos formais.

A expectativa do ministro não é compartilhada por especialistas da área. O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz, disse que torce para que o ministro esteja certo. “Na comparação com a economia mundial até que estamos bem, mas com a série histórica, o que vemos é uma inversão de uma tendência de forte contratação no passado recente para um quadro de demissões vigorosas”, explicou. De acordo com Ganz, a dinâmica da crise ainda não está definida e o baixo número de postos de trabalho criados em fevereiro traduzem a expectativa de um baixíssimo crescimento econômico em 2009.

Nos dados de fevereiro, o que pesou para o baixo crescimento do emprego foi o desempenho, altamente negativo, da indústria e do comércio. A indústria de transformação queimou, no mês, 56.456 postos de trabalho e o comércio fechou 10.275 vagas. Também o setor extrativo mineral perdeu 705 trabalhadores. As demais áreas tiveram desempenho positivo, com os serviços liderando a abertura de 57.518 novas vagas, seguido pela administração pública, com mais 14.491 empregos. Também abriram vagas a construção civil (mais 2.842 postos de trabalho), a agricultura (957 novos empregos) e os serviços industriais de utilidade pública( mais 807 empregados).

Distrito Federal
Em fevereiro, 13 estados, entre eles o Distrito Federal, tiveram resultado positivo no emprego. No DF ocorreu o quinto melhor desempenho, com a criação de 3.395 vagas, graças à educação e à saúde. Goiás ficou em primeiro lugar, com 8.058 vagas. A maior perda de empregos ficou concentrada no Amazonas (menos 6.320 vagas). Para o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Bellizzaro Júnior, os dados negativos do comércio já eram esperados e refletem as demissões dos trabalhadores temporários, contratados em novembro. A partir de março, Bellizzaro espera uma estabilidade entre o número de admitidos e desligados. “Acho difícil a abertura de novas vagas”, comentou.
 
Mais parcelas de seguro

O seguro-desemprego vai ampliar o número de parcelas para os trabalhadores dos setores atingidos pela crise. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, se comprometeu ontem a anunciar na próxima terça-feira os segmentos que serão beneficiados. A regra aprovada pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador é que o setor a ser beneficiado teria que ficar pelo menos três meses no vermelho. Por esse critério, serão selecionados subsetores da indústria de transformação e o comércio.

Atualmente, o número de parcelas que o trabalhador recebe quando é demitido varia de três a cinco. A ampliação será de duas parcelas, com o trabalhador passando a receber um auxílio máximo de sete meses. Lupi também disse que a redução do IPI sobre veículos deve ser prorrogada, desta vez com o setor automotivo se comprometendo em não demitir (VC)
 

Novas demissões

A WEG anunciou ontem o fechamento de uma das suas três fábricas de motores para eletrodomésticos no Brasil, situada em Guarulhos (SP), com a consequente demissão de 370 funcionários, como parte de um plano de reestruturação. Em comunicado, a empresa afirmou que o objetivo da medida é conseguir maior produtividade e competitividade, diante da atual situação econômica e consequente retração de consumo. Segundo a WEG, a maioria dos trabalhadores que serão demitidos já está em licença remunerada e o fato foi comunicado ao sindicato da categoria em reunião.

No comunicado, a companhia afirma ainda que, entre os produtos fabricados na unidade de Guarulhos, os motores para ar-condicionado sofreram retração mais acentuada da demanda em razão da alteração ocorrida na política industrial de referência da Zona Franca de Manaus.

Cortes
A BM&FBovespa pretende registrar em 2009 despesas operacionais de R$ 450 milhões, o que indica uma redução de 16,8% sobre o realizado no ano passado. A diminuição nesses gastos incluem a demissão de 175 colaboradores (empregos e terceirizados) neste mês, a venda de imóveis, despesas em filiais e ajustes no pregão viva-voz. De acordo com o executivo, não estão previstos mais cortes de pessoal em 2009. Sobre o pregão viva-voz, a BM&FBovespa irá trabalhar para que a partir de 1º de julho os “calls” de fechamento dos produtos de agronegócios e financeiros sejam feitos de forma totalmente eletrônica. Dessa forma, o pregão viva-voz deverá permanecer apenas para a negociação dos contratos futuros de índice Bovespa. No ano passado, já foram dispensados 1.100 operadores do pregão viva-voz. Hoje são cerca de 200.
 
 

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